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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Três poemas de Carolina Barreto










MEMÓRIA


Há fogo sobre os telhados

enquanto isso
                                         (ao som de estalos)
as casas
descascam as odes
do assoalho





VERÃO


Era
      quintal o insone
da casa

(enquanto dormiam
o mato embrulhava
                o silêncio)





  
SILÊNCIO


o quarto
            a fala
                   o brinquedo:

e o mosteiro estava entranhado nas mãos












A poeta Carolina Barreto publicou Dois (não pares), pela Funalfa Edições/Anome Livros, em 2009, parceria com André de Freitas Sobrinho, e Voragens, pela Funalfa Edições,  em 2012. Mestre em Literatura pela UFJF, é pesquisadora da produção literária de periferias. As imagens são do mestre da sutileza, o carioca convertido em mineiro Alberto da Veiga Guignard (1896/1962), que marcou decisivamente a pintura no país e, especialmente, em Belo Horizonte, onde viveu e criou e ensinou, na segunda metade do século XX.